Fale o que está no seu coração!
Quem não escutou isso? Quem nunca se firmou isso, num momento de confusão interna?
A verdade é que estamos junto com o mundo o tempo todo, mas ao mesmo tempo, estamos sempre sozinhos, e isso se prova com a quantidade de decisões que assumidamente ou não, temos que tomar sobre nossas vidas. Decidir sobre o que fazer numa situação nova colocada no trabalho, com os filhos ou com qualquer surpresa que a vida nos coloca, não é fácil, pois mesmo os mais decididos, pessoas práticas, ficam sujeitas à dúvidas durante o ato de decidir ou depois que tomaram a decisão….sempre rola um: Será que foi o certo?
No mundo business, é sempre difícil assumir que sim, determinadas decisões, tomamos com cautela, e sim, exigem mais tempo para decidir. O problema é o time! Nem sempre temos esse tempo para decidir. Então daí que surge aquela voz interna dizendo: fale o que está no seu coração!
Fui em busca de saber mais sobre essa vozinha e encontrei no Practitioner (curso de PNL que fiz a um tempão) e em leituras acadêmicas, uma resposta para me acalmar em momentos de difíceis decisões e vou compartilhar com você, que também se preocupa em por ter que decidir coisas importantes com rapidez sem estar nesse tempo interno:
1- A voz interna pode ser o inconsciente, que representa a maior parte de suas memórias (de longo prazo, afetivas, ou seja foram ancoradas à emoções marcantes). Por isso, escutar a voz interior, é encontrar-se com o seu eu, e se tivermos a preocupação em mergulhar para dentro a fim de conhecer como são nossos padrões emocionais, saberemos entender um pouco sobre como decidimos as coisas, como reagimos em determinadas situações de padrões semelhantes. Então acho que um primeiro passo é: escutar-se sem medo, sem vergonha, sem achar que está enlouquecendo. apenas escutar-se.
2- Percebi que não temos que ser 100% isso ou 100% aquilo. Em Identidade Cultural na Pós-modernidade, de Stuart Hall entendi que ao longo da vida vamos construindo várias identidades… uma como mãe, outra como empresária, outra como professora, etc. e que não estão baseadas num mesmo conjunto de valores e crenças. Um exemplo: o que Cinthia mãe faz numa dada situação, não é o que Cinthia professora faz, pois ambas as identidades construídas, baseiam-se em valores diferentes, crenças, modelos adquiridos, reproduzidos, resignificados e que nem sempre são coerentes entre si. Muitas vezes são até contraditórios e tudo bem, podem conviver. Sei agora que ao me escutar direitinho, consigo entender qual é a voz que me fala, qual é o coração que clama por aquela decisão… e assim, posso imediatamente me corrigir se for o caso “Cinthia, [digo a mim mesma] essa seria uma decisão como mãe, mas nessa situação, você não é mãe”
3- É cada vez mais fácil tomar decisões para a minha vida, na medida em que vou tendo clareza a respeito do que quero para minha vida, ou seja, na medida em que tenho um planejamento anual, que englobe todas as esferas de minha vida: pessoal, filhos, profissão, financeira, saúde, família. O primeiro grande passo, foi o de definir as áreas importantes de minha vida, as quais iriam compor meu planner. Depois organizar meu planner conforme minhas habilidades e prioridades (exercício que aprendi a fazer na PNL) e depois, o próximo passo, foi o de distribuir em metas a cada período, os planos de ações, com as técnicas certas para que de fato o planner saísse do papel.
Foi assim que comecei a dar um outro sentido para minha voz do coração, a cuidar para que eu efetivamente participasse com maior clareza e segurança das decisões, uma vez sabedora eu, que em muitas ocasiões, muitas pessoas decidem pelas emoções puramente, pelas dores, pelos gatilhos mentais acionados, pela ansiedade, ou puramente pela razão, sem considerar-se no processo.
Deixo o convite para quem queira, conversar mais comigo a respeito de escutar ou não a voz do coração. Vou adorar saber como se sente em relação a tudo isso.