A educação em tempos de pós-pandemia
Primeiro, analisemos o contexto observado em parênteses:
Sem julgamentos e sim com uma perspectiva de reflexão, é possível perceber dois padrões institucionalizados a muito tempo nos espaços educacionais : uma preocupação excessiva com “tradições”, sobretudo as que estão relacionadas a mudanças de comportamento, novos costumes, novas rotinas, novos conteúdos/currículos, crenças e valores, e outro padrão é a “inflexibilidade” ou ainda “dificuldade de incorporar mudanças”. Também é possível observar uma tendência ao “imediatismo das coisas”, com um certo negacionismo dos processos, como se não acreditar neles, fossem desaparecer, ou ainda achar que a realidade das coisas possam se moldar à interpretações particulares da realidade. Outra condição que agora poderemos considerar incompatível com o que está posto com a pandemia de Covid-19, é a tendencia ao fácil, ao rápido, ao consumo imediato, a toda tentativa de fazer tudo sem muito esforço, a ponto de cada vez mais até encontrar no meio acadêmico, profissionais com dificuldades de ler com profundidade, de produzir e construir conteúdos com os objetos de conhecimento. Há ainda com isso, uma dificuldade imensa em estabelecer autoria dos próprios processos didáticos, educativos.
NÃO TOME ESSAS OBSERVAÇÕES COMO JULGAMENTO, TOME-AS COMO UM PONTO DE PARTIDA PARA REPENSARMOS TUDO O QUE FAZEMOS NA EDUCAÇÃO E COMO PODEREMOS MODIFICAR PARA MELHORAR NOSSA CONDIÇÃO DE TRABALHO ENQUANTO PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO.
O que diz alguns pesquisadores ?
É interessante acompanhar como os pesquisadores que se debruçam sobre o tema, já construíram algumas importantes pistas para a humanidade, em todas as áreas profissionais.
É um exemplo, as reflexões da antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz. Segundo Lilia, vivemos o que chama o fim do século XX. Para Lilia, o século XXI só vai começar quando superarmos a pandemia. Veja o que diz Lilia em entrevista para o Universia e parafraseado pelo Voicers:
“[O historiador britânico Eric] Hobsbawm disse que o longo século 19 só terminou depois da Primeira Guerra Mundial [1914-1918]. Nós usamos o marcador de tempo: virou o século, tudo mudou. Mas não funciona assim, a experiência humana é que constrói o tempo. Ele tem razão, o longo século 19 terminou com a Primeira Guerra, com mortes, com a experiência do luto, mas também o que significou sobre a capacidade destrutiva. Acho que essa nossa pandemia marca o final do século 20, que foi o século da tecnologia. Nós tivemos um grande desenvolvimento tecnológico, mas agora a pandemia mostra esses limites”, diz Lilia.
É interessante que a busca pelo “EQUILÍBRIO” em tudo se tornará uma constante: não conseguiremos voltar às tradições completamente, mas algumas serão importantes de resgatar, e negar os avanços trazidos pelas tecnologias, também não será mais possível. Sobre as tradições, precisaremos resgatar alguns tesouros perdidos no caminho, como é o caso de aprendizagens valiosas que foram esquecidas, aprendizagens um exemplo, a respeito do autoconhecimento, aprendizagens dedicadas a melhoria de habilidades cognitivas e sociais, capacidade de trabalho em equipe ao invés de apenas estar superficialmente em grupo, a adoção de comportamentos mais flexíveis capazes de nos tornar uno a qualquer nova condição, sem sofrimento.
Vamos tentar organizar isso tudo no contexto da educação?
Na educação, vimos em 100 dias, que tudo vai mudar, queira você ou não.
Então listei algumas dessas mudanças para refletirmos tudo o que podemos nos identificar e adotar como oportunidade de construir o novo, fazer parte desse novo normal como protagonista.
CURRÍCULO –
EMPREENDEDORISMO NA EDUCAÇÃO –
O APRENDER ENQUANTO EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL –
TECNOLOGIAS INCORPORADAS EM TODOS OS PROCESSOS EDUCACIONAIS –
UM NOVO OLHAR SOBRE O CIENTÍFICO –
NOVOS VALORES, NOVAS CRENÇAS –