No Mestrado, embora estivéssemos em um núcleo de pesquisa interdisciplinar em que a base da maioria das pesquisas era justamente sobre o conceito interdisciplinaridade, sempre foi um desafio, compreender o poder que realmente temos ou não, no processo de transformação do outro. Seria possível mesmo, transformar o outro? Ou seria essa uma ilusão, capaz de aprisionar-nos na ideia de um super poder sobre o outro? (metade dos pesquisadores do grupo eram professores na Educação Básica/Rede Pública e Ensino Superior)
Então fui em busca dessa resposta, pois minha pesquisa era sobre compreender como formar o professor com atitude interdisciplinar de modo que este, com essa formação, dotado de uma visão interdisciplinar, pudesse ter o perfil de professores ensejado pelas Políticas Públicas de Educação Básica da última década (a pesquisa fora realizada em 2004-2006). Foi assim que descobri pela pesquisa, que existe uma forma de encaminharmos esse desafio e pela PNL, outra forma de compreender a questão. Ao mesmo tempo que estudava no Mestrado, também fazia um curso avançado de PNL – Programação Neurolinguística, o Practitioner, e assim também pude estudar outra faceta desse desafio:
1- Na pesquisa, descobri duas coisas importantes, sendo a primeira, o poder da atitude interdisciplinar. A atitude interdisciplinar, segundo Ivani Fazenda, é a base comportamental para que possa existir a prática e a teoria/qualquer pesquisa interdisciplinar. Esta baseada em 5 princípios: HUMILDADE, RESPEITO, DESAPEGO, ESPERA e COERÊNCIA. São exercícios diários para a pessoa consciente do poder desses princípios aplicados às suas relações com as pessoas, com as pessoas de uma equipe que produz junto, com relação a sua relação também junto aos objetos de conhecimento. Humildade em perceber-se limitado diante do conhecimento, que é preciso saber e conviver com a resposta do outro (professor, pesquisador, colega de trabalho, conhecimento de outra área que não é sua) Se consegue exercitar a humildade diante do conhecimento, também consegue respeitar o outro em seu processo e portanto tem forte tendencia a rapidamente se desapegar de práticas repetidas puramente por uma tradição, ou porque está convicto que é a única forma de dar certo, ou porque tem medo de explorar outras possibilidades desconhecidas. Se consegue desapegar-se para abrir-se ao outro, à outra possibilidade do fazer, então também consegue conviver com pessoas e situações diferentes. E isso quer dizer que também respeita a construção compartilhada como um processo que precisa muitas vezes de maturação, de espera. Não que seja a espera, uma espera com inação, mas sobretudo uma espera cuidada, com intervenções para que o processo seja conduzido ao objetivo esperado. Por fim, uma atitude interdisciplinar, é sempre uma atitude de coerência diante dos desafios, das pessoas envolvidas, diante da questão do conhecimento e seus usos no cotidiano. Quem consegue interiorizar o olhar interdisciplinar, consegue ampliar não apenas o poder de envolvimento dos outros em ações partilhadas como também ensinar esse olhar por meio do exemplo que propõe ao outro, vivenciar. E esse olhar sempre será de abertura, de possibilidades, de múltiplas interpretações, de possibilidade de transformações desejadas, a mudança não é zona de desconforto, é suscitada, é esperada para produzir o novo.
2- Pela PNL/Practitioner, descobri que podemos ter acesso a um estudo a respeito de determinadas estruturas neuronais, reptilianas, naturais no ser humano, que correspondem a um espelho. São estruturas primitivas que garantem sobrevivência por meio de reações sociais espelhadas e inconscientes como o sorriso por exemplo. Se você quer criar empatia de primeira, ao se apresentar para desconhecidos, como numa entrevista de emprego, você poderá sorrir um pouco, desde que seja comedido, haja vista a formalidade desse momento, mas também que seja espontâneo, sorriso natural. O sorriso imediatamente te conecta com essa estrutura neuronal do outro, de modo que o cérebro do outro, entende instantaneamente que você é amigável, que não oferece perigo, que está tudo bem, e que se pode prosseguir em conhecê-lo ou iniciar uma conversa, uma proposta, uma troca. Esse estudo da teoria dos neurônios espelhos, mostra que em situações planejadas, pode-se envolver o outro em propostas comunicativas de conexão profunda, de modo que primeiramente o outro se espelha e repete as reações e os estados emocionais decorrentes deles, depois você poderá conscientemente dirigir essa conexão, ajudando assim o outro a sentir, pensar, refletir, agir, como extensão de suas reações. Portanto, usar o Rapport (como também é conhecida como técnica, na PNL) poderá ter um certo poder de persuasão, que poderá ser usada para transformar o outro, poderá sobretudo, ser usada para o bem ou para o mal. Por isso é que o curso avançado de PNL é restrito, exige responsabilidade de quem o propicia e de quem o faz, pois pode-se com isso ter um poder sobre a transformação do outro, da vida do outro.
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Cinthia Guidini
Founder
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